É muito comum encontrarmos hoje em dia pessoas que praticam exercícios físicos com a exclusiva finalidade de queima de gordura, perda de peso e emagrecimento imediato. Para pessoas com tal objetivo recomendam-se exercícios aeróbicos em períodos de jejum, como de manhã após acordar e antes de qualquer refeição.
Estudos comprovam que quando exercícios
aeróbicos não muito intensos e nem muito duradouros realizados em jejum
estimulam mais a liberação dos triglicerídeos que são quebrados por meio da
beta oxidação, formando glicerol e ácidos graxos que são convertidos em
AcetilCoA para posterior entrada no Ciclo de Krebs e oxidação. Isso aumenta a
presença de ácidos graxos livres no sangue, prova de que há uma maior participação
de gordura para obtenção de energia. O aumento do catabolismo das gorduras
durante um exercício em jejum resulta da queda do açúcar sanguíneo e de
reduções de insulina (um poderoso inibidor da lipólise, que é a degradação de
lipídios), com aumentos correspondentes na produção de glucagon pelo pâncreas.
Essas respostas acabam reduzindo o catabolismo da glicose e seu possível efeito
inibidor sobre o funcionamento de ácidos graxos de cadeias longas. O exercício
físico após uma refeição possui reservas de glicogênio hepático e muscular como
fontes de energia, a queima de gordura só acontece depois de um tempo de
atividade (cerca de 20-25 minutos).
Ressalta-se que a atividade em jejum não
objetiva um melhor rendimento físico e sim a queima de gordura, até porque uma
prática de exercício que se alimenta apenas da gordura não deve ser prolongada.
Quando há atividade física com reserva de glicogênio, pode ocorrer durante mais
tempo devido a quebra dessas reservas. Há uma reserva ampla a ser degradada,
primeiramente de carboidrato, em seguida os lipídios e cerca de 5 – 15% de
proteína; isso possibilita o funcionamento do organismo e um rendimento físico
mais eficiente. A prática de exercícios em jejum busca energia para o organismo
a partir de gordura; com um exercício em jejum prolongado e intenso a queima de
gordura não é suficiente para a realização da atividade, então o corpo tenta
buscar energia das proteínas que oxidadas podem virar piruvato que se
transforma em glicose através da gliconeogênese que é ativada no jejum. O corpo
busca a síntese de glicose de alguma forma porque sem ela o sistema nervoso
para, o que pode ocasionar desmaios, fraqueza e fadiga muscular.
Em resumo o exercício físico no jejum é
adequado para quem deseja a queima de gordura, sem se preocupar com o
rendimento, e realizá-lo moderadamente em exercícios curtos e leves, como uma
caminhada por exemplo!
Por Isabela Feitosa
Fontes:
Livro: Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desempenho humano
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