No post de hoje falaremos um pouco sobre como dois dos importantes hormônios produzidos pelo nosso organismo são influenciados pela prática esportiva e vice-versa.
Mas afinal, o que esses hormônios têm haver com a atividade física? É o que vamos ver agora.
A maioria das pessoas sabe, ou já ouviu falar, do sistema endócrino. Resumidamente, o sistema endócrino é aquele que auxilia na integração e no controle das funções do nosso organismo. Os hormônios produzidos e secretados pelo sistema endócrino afetam o organismo por completo! Regulam o desenvolvimento, o crescimento , a reprodução e atuam também na percepção quando algo não vai bem dentro do corpo, seja isso um fator físico ou emocional.
Falando em hormônios, estes são substâncias químicas sintetizadas por uma glândula hospedeira específica e são secretados para a corrente sanguínea e transportados por todo corpo realizando múltiplas funções.Mas afinal, o que esses hormônios têm haver com a atividade física? É o que vamos ver agora.
HORMÔNIO DE CRESCIMENTO HUMANO (GH)
O hormônio de crescimento humano (GH) é produzido pela glândula hipófise. Entre várias de suas funções , destaca-se sua capacidade de aumentar a captação de aminoácidos e de síntese proteica pelas células e redução na quebra das proteínas. Por ser um hormônio lipolítico, acentua a utilização de ácidos graxos como fonte de energia em detrimento ao uso da glicose, resultando em uma diminuição do tecido adiposo. Atividades físicas praticadas de forma intensa estimulam a liberação do GH e, quanto mais intenso for o exercício, maior será a liberação de GH. Pode-se observar que esse aumento reflete em um efeito benéfico para o crescimento da musculatura, dos ossos e do tecido conjuntivo e também atua no aprimoramento da mistura metabólica durante o exercício agindo em harmonia com o glucagon estimulando a via gliconeogênica.
ENDORFINAS
A endorfina é uma substância natural produzida pelo cérebro durante e
depois de uma atividade física que regula a emoção e a percepção da
dor, ajudando a relaxar e gerando bem estar e prazer. A endorfina é
considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade,
aliviando as tensões e sendo até recomendado no tratamento de
depressões leves.
Pode-se dizer que elas aumentam gradualmente em resposta ao estímulo físico durante a prática esportiva. A elevação da beta-endorfina durante o exercício aumenta em até cinco vezes em relação ao nível de repouso, tendo valores ainda mais altos ocorrendo no cérebro!
Para os exercícios aeróbicos, a intensidade da atividade praticada é o que influencia a estimulação das elevações dos níveos da beta-endorfina. Para os exercícios de resistência física, a liberação da beta endorfina responde diferentemente aos vários protocolos de exercícios, com o protocolo de maior duração do exercício e os intervalos entre ação e repouso mais longos a resposta hormonal torna-se maior. A intensidade e a duração do exercício são então responsáveis pela concentração de endorfina no sangue.
Um estudo comparativo entre um exercício aeróbico (com cargas crescentes de intensidade) e outro anaeróbico (com duração máxima de 1 minuto) encontrou concentrações plasmáticas aumentadas de endorfina de forma muito semelhante. No exercício aeróbico esse nível alto de endorfina foi encontrado após ter sido alcançado o limiar anaeróbio (cerca de 75% do VO2 máx). Observou-se também relação direta entre as concentrações de endorfina e outros hormônios relacionados à atividade física como o ACTH e adrenalina. Entretanto, o efeito mais notável das endorfinas chama-se “Alegria do exercício” que é um estado emocional desencadeado pelas endorfinas descrito por alguns como euforia e jovialidade durante a duração do exercício físico.
Existem diversos outros hormônios que atuam na prática esportiva. Durante o decorrer do blog mostraremos em outras postagens as ações deles também no organismo humano quando relacionados à atividade física. Fiquem atentos às atualizações!
Até mais !
Referências :
Tratado de Fisiologia Médica Guyton & Hall ed. 11
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922000000600001&script=sci_arttext
Por Marcela Facundes de Novais
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